top of page

As cores da bandeira LGBT e a importância para identificação

        

    

Gilbert Baker, um artista e ativista americano da causa LGBT, foi o precursor do que seria o principal símbolo de resistência da comunidade: a Bandeira. O estandarte, originalmente criado no Dia de Liberdade Gay de São Francisco, na Califórnia, em 1978, possuía 8 cores e cada uma com uma significado específico. Segundo Baker, o rosa era a sexualidade, enquanto o vermelho era vida, o laranja cura e o amarelo luz do sol. Além deles, havia o verde que era a natureza, turquesa com a arte, anil com harmonia e, finalmente, violeta com o espírito humano. A intenção era, de uma forma geral, transmitir a ideia de diversidade e inclusão, de maneira a representar toda a comunidade LGBT.

"Decidi que tínhamos de ter uma bandeira, que uma bandeira nos encaixasse em um símbolo, o de que somos pessoas, uma tribo”

Com o passar do tempo, a bandeira foi reduzida, perdendo o rosa e o anil. Além disso, o turquesa teria sido substituído pelo azul. O vexilólogo (especialista em bandeiras) Graham Bartram, do Flag Institute, em Londres, lembra que "era muito difícil e caro obter tecidos de cor rosa e, como as bandeiras eram costuradas, em vez de impressas, a cor foi descartada". Em 2015, a bandeira chegou ao Museu de Arte Moderna, o MoMa, em Nova York, onde o símbolo foi definido como um “poderoso marco histórico do design". Em 1º de abril de 2017, Gilbert Baker faleceu em sua casa deixando na história 

o lábaro LGBT, o que reforçou a resistência da comunidade frente aos crimes praticados pelo Estado, como por exemplo a rejeição do direito à união estável entre casais homoafetivos. Ser LGBT ainda é um ato de reafirmação e é apenas com símbolos como o idealizado por Baker, que uma comunidade consegue se fortalecer e se identificar e dessa forma conquistar seus espaços de direito. Gilbert Baker e suas cores, apesar de simples, quando em conjunção foram responsáveis por uma nova maneira de ver grande parte da sociedade e, dessa forma, perceber sua existência.

Fonte: Divulgação

Por Brenda França 

01/12/2017 

O Universo das cores no campo da comunicação visual e jornalística

Estando presente em tudo que há luz, a cor é, hoje, uma prioridade para o campo da comunicação devido ao seu impacto sócio-cultural 

Um pouco de teoria

William Ewart Gladstone, nascido em 1892 e quatro vezes primeiro-ministro britânico, foi o primeiro intelectual que se tem conhecimento a notar como a linguagem afeta a maneira como vemos o mundo. Apaixonado pelas obras de Homero, Gladstone repassou os dois textos A ilíada e A odisséia prestando atenção às cores mencionadas pelo autor. Ele descobriu que enquanto o branco era mencionado cem vezes e o preto pelo menos 200, as outras cores não apareciam muito. O vermelho, por exemplo, pareceu 15 vezes. O verde e o amarelo pareceram ao menos dez. O azul, entretanto, nenhuma.

A partir de Gladstone, mais pesquisadores passaram a se inspirar pelas teses com cores. O linguista Guy Deutscher, por exemplo, dedicou-se a pesquisar sobre a ausência de referências à cor azul nos textos de diversas civilizações antigas por não haver uma palavra específica designada a ela. A tese de Deutscher, portanto, parte da ideia de que a língua anda ao lado da percepção. O linguista chegou à conclusão de que a língua e a percepção partem de uma necessidade cultural. Um exemplo disso foi a pesquisa do psicólogo Jules Davidoff, diretor do Centro para Cognição, Computação e Cultura da Universidade de Londres que fez um experimento com uma tribo da Namíbia, na África, cuja linguagem não tem uma palavra para o azul, mas possui várias para diferentes tipos de verde. A justificativa é que poucas coisas na natureza são azuis, como uma ou outra flor de orquídea, asas de borboletas ou plumas de algumas aves.

As cores e a linguagem

Um fenômeno interessante notado pelos especialistas foi o chamado “Hierarquia do Nome das Cores”. Como o próprio nome propõe, esse fenômeno corresponde a uma observação feita a partir da linguagem de cada povo, onde os especialistas notaram uma ordem comum no batismo para as cores, sendo ela a partir do preto, seguindo para o branco, vermelho, verde, amarelo e, por fim, o azul. Os linguistas acreditam que a nomeação de cores passou a ser uma necessidade a partir do desenvolvimento dessas sociedades, por isso, o preto veio primeiro porque o preto significa a ausência de luz, e nada mais comum à ausência de luz como a própria noite. O branco, que veio depois, significa a presença de luz, como o dia. 

"Conforme as sociedades avançam tecnologicamente, mais se desenvolve a gama de nomes para cores. Com uma maior capacidade de manipulá-las e com a disponibilidade de novos pigmentos, surge a necessidade
de uma terminologia mais refinada",
afirma Deutscher

A partir do momento que os povos ganharam a percepção entre temporalidade, passou a ser uma necessidade determinar o claro e o escuro, onde a cor preta tinha uma noção de algo denso, espesso e, por consequência, apertado. A partir daí a origem do nome está no latim appectoráre, que significava “comprimir contra o peito”. Com o tempo, a palavra se transformou em apretar e depois ganhou a forma atual. O branco, por sua vez, veio como oposição da cor mais densa, é justamente daí que temos palavras eruditas como alvo e albino. A própria palavra branco tem origem germânica e significava originalmente algo reluzente, brilhante ou polido.

As cores e a comunicação

As cores influenciam muito a nossa percepção visual pois elas são responsáveis por despertar respostas no nosso corpo, sendo elas emocionais e até físicas. Além disso, é importante destacar como as cores são essenciais para a comunicação no que diz respeito também ao meio, ou seja, o modelo RGB (vermelho, verde e azul) que é o responsável pela reprodução das cores em dispositivos eletrônicos como computadores, televisores e câmeras digitais. Dessa maneira, os modelos aditivos são combinados e reproduzem outras tonalidades na tela do aparelho. 

 

A comunicação, sabendo de tudo isso, usa de tal formato e psicologia para fazer o marketing, criar vínculos, despertar o consumo e, até mesmo, catalogar o formato jornalístico, como é o caso do verde muito associado com o corpo e a natureza, o azul com a tecnologia e o vermelho com o consumismo e entretenimento. A composição visual de sites e redes sociais, portanto, são pensados dessa forma a fim de alcançar o leitor, tendo assim, um impacto significativo no campo da informação. Percebe-se, então, que as cores não são apenas uma consequência perceptiva do nosso corpo, mas um elemento crucial para a identificação pessoal, para a interação social e, por fim, para o desenvolvimento dos mais diversos povos e culturas.

Por Brenda França 

01/12/2017 

Após quase 40 anos de criação e algumas alterações, a bandeira é, hoje, um dos maiores símbolos do mundo e uma forte aliada para a resistência entre os grupos LGBTs
bottom of page